quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Gerações de inovação tecnológica

Transcrevo, aqui, um excerto da minha reflexão sobre as gerações de inovação tecnológica:

Ao pensarmos no papel que as tecnologias assumem na EaD temos de ter por base o conceito de “gerações de inovação tecnológica” proposto por Garrison (1995), centrado nas potencialidades das tecnologias. Gomes (2003) considera a abordagem de Garrison uma das mais interessantes: “Este autor, num artigo intitulado “Three generations of technological innovations in distance education”, publicado em 1985 na reconhecida revista Distance Education, defende que a evolução tecnológica conduziu ao surgimento de paradigmas alternativos ao nível dos princípios e conceitos associados à educação a distância, identificando neste domínio a existência de três gerações de inovação tecnológica”. A mesma autora sistematiza de forma interessante as características principais das diferentes “gerações de inovação tecnológica no ensino a distância”, tendo como pontos de referência a cronologia, a representação e distribuição de conteúdos, a comunicação professor/aluno e aluno/aluno, as modalidades de comunicação disponíveis e as tecnologias de suporte à comunicação disponíveis. A 1ª geração recorre quase unicamente ao texto, sendo por isso mono-media, em que se faz uma comunicação por correspondência. A segunda geração, multi-mediática, tem como suporte o texto, o áudio, o vídeo e recorre, sobretudo, a emissões radiofónicas televisivas. É o telefone que suporta a comunicação, sendo a educação baseada na tele-educação. Em Portugal, foi a tele-escola que marcou esta geração. A terceira geração tecnológica recorreu ao multimédia interactivo. Foi a era dos CD-ROM e dos DVD. A comunicação era mediada por computador e o correio electrónico constituía o principal meio de comunicação, que, apesar de assíncrona, se manifestava rápida. Com o aparecimento da internet e a generalização das TIC, surge um novo paradigma. “ Estas tendências evolutivas a que acabamos de nos reportar, permitem-nos sugerir a existência de quatro “gerações tecnológicas” de educação a distância” (Gomes, 2003)
A quarta geração tecnológica, a da aprendizagem em rede, revoluciona o conceito de geração, introduzindo o trabalho colaborativo. É a geração da aprendizagem em rede e do e-lerning.

Gomes (2008), considerou pertinente a necessidade de ser feita uma reflexão acerca da problemática, o que a levou a considerar “estarem presença de uma quinta e eventualmente de uma sexta geração de modelos de EaD. Apesar desta rápida evolução, as “gerações de evolução tecnológica” não se anulam, mas coexistem, sendo que todas têm um papel importante.

Gomes (2008) propõe que a atenção se volte mais para as dimensões de transacção educacional do que na questão tecnológica e propõe a substituição da expressão “gerações de inovação tecnológica na EaD” por “gerações de educação tecnológica”.

A expansão da Web como interface de publicação surge com novos paradigmas. Não é apenas o professor que disponibiliza informação mas também os alunos. Surgem modalidades de comunicação síncrona por voz, texto ou vídeo-conferência. A comunicação assíncrona existe e domina os blogues, as wikis, os fóruns e a colaboração e a partilha incrementam. É a geração do e-learning caracterizada por Gomes(2008) como a “geração do multimédia colaborativo”. Neste contexto e com esta quarta geração surge o conceito de aprendizagem colaborativa, na qual o conhecimento surge pela partilha. É o fim do individualismo e da comunicação unilateral. É uma geração que marca a evolução das tecnologias e o conceito de aprendizagem.(...)
Ao falar numa quinta geração, Gomes (2008) apresenta-a como geração do m-learning (mobile-learning) a geração dos telemóveis que marcou todo o mundo. É a geração dos telemóveis, PDA, leitores de MP3. A aquisição fácil do uso de dispositivos de comunicação móvel fez com que se explorasse já os seus potenciais em contexto educativo. Professor e aluno estão numa situação de comunicação.

Avizinha-se o aparecimento de uma sexta geração, a que Gomes (2008) chama geração dos “mundos virtuais e imersivos”. Esta geração está ainda pouco definida e pouco clara. No entanto, dada a velocidade da evolução tecnológica, arrisca-se a ficar rapidamente ultrapassada.


Referências bibliográficas:
Gomes, Maria João (2008). Na senda da inovação tecnológica na educação a distância. In Revista Portuguesa da Pedagogia. Consultado em Janeiro, 12, 2011, em http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/8073

Gomes, Maria João (2003). Gerações de Inovação Tecnológica no Ensino a Distância. In Revista Portuguesa da Educação, Braga: universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia, consultado em 12, Janeiro, 2010 em https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/496/1/MariaJoaoGomes.pdf

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